Abriu os olhos, estava só. Procurou, mas não havia ninguém em casa, nem nas ruas, nem em lugar algum. "Estranho", pensou ela. Tudo estava abandonado, frio, escuro. Seus olhos, em constante movimento, procuravam alguém, um sinal de vida. Tinha passos largos e apressados, quase que corria; sem rumo, com lágrimas nos olhos. Não entendia o porquê de tudo estar daquele jeito. Era o seu mundo, mas não o mesmo. Conhecia bem o seu bairro: era alegre e movimentado, com vizinhos cortando a grama e crianças brincando de pique-esconde. Agora parecia que todos haviam se escondido dela, ou ela de todos. Estava confusa, não sabia onde estava. Era seu bairro, não era. Onde estaria todo mundo? Sumiram?
Sentia-se só e abandonada, como uma criança de rua largada, sem entender o porquê das pessoas a rejeitarem. Sentou-se na beira da calçada fria e, com a garganta engasgada a espera de um choro, pediu: "Socorro, alguém me ajude". Foi aí que ela o viu, com flores nas mãos andando em direção a sua casa e com uma expressão triste, muito triste. Ela gritou: "Amor, amor", mas ele não ouviu. Então ela correu ao seu encontro esperando que ele a olhasse, mas ao chegar perto foi como se estivesse esbarrado em uma parede de concreto invisível. E repetiu a tentativa mais algumas vezes. Foi inútil - é claro - ela não podia tocá-lo. O acompanhou até em casa e, ao chegar, todos haviam aparecido. Estavam tristes, se cumprimentando e chorando. Viu seus pais encostados em cima de alguma coisa preta e comprida. Estava embassada, como algumas pessoas dali. Sua mãe chorava muito e seu pai perdera a felicidade. Também não conseguia os tocar. Resolveu então olhar melhor para o negócio embassado e, como em um susto repentino, deu um pulo para trás. Ela correu, sufocada pelo choro e desesperada como quando se corre sem rumo, por causa de algo perdido. Abriu a porta do quarto e se jogou na cama: contraiu os músculos, agarrou-se ao travesseiro, enfiou nele a cabeça, mordeu os lábios sufocando o grito mais profundo: "Isso não pode estar acontecendo comigo".
Estava morta.
Olá filho de Adão e de Eva.
Seja bem vindo ao meu Guarda-Roupa Encantado!
Minha fértil imaginação. (Redação que fiz no cursinho)
Posted
quarta-feira, 13 de julho de 2011
by Adriana Cecim
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