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Oitavo Mandamento :Ser amigo - Livro: Os 10 mandamentos da ética - Gabriel Chalita

Posted sexta-feira, 22 de outubro de 2010 by Adriana Cecim

A ética se preocupa ao mesmo tempo com o bem da comunidade e de cada pessoa, porque não é possível falar numa comunidade feliz sem que ela seja composta de indivíduos que vivem bem, consigo mesmos e com o próximo. E não existe nenhum tipo de relacionamento além da amizade em que o bem pode ser experimentado e cultivado mais verdadeiramente.

Todos precisamos de amigos. Com eles, compartilhamos o que de melhor temos em nossas vidas e tudo o que somos, nossas conquistas pessoais e nossos fracassos, nossos projetos e labutas, nossos sonhos e frustrações. O ombro dos amigos é como uma rocha para onde nos dirigimos quando precisamos de apoio, a presença dos amigos é a certeza de não estarmos sozinhos diante das maravilhas e dificuldades de que a vida está repleta. O exercício da amizade é o exercício de viver sem máscaras, podendo revelar as fragilidades, medos, angústias e podendo repartir sonhos e utopias com o outro. A certeza de que vibram na mesma intensidade faz com que os amigos se tornem imprescindíveis uns aos outros. Não há como viver isoladamente. E a comunidade social é muito ampla e complexa. Nesse turbilhão, os amigos são essenciais.

Mas também precisamos dos amigos por outras razões, além de serem eles as pessoas com quem temos gosto em dividir o que temos e o que somos. Eles nos ajudam também a evoluir, a tomar as melhores decisões, a fazer as escolhas certas e a corrigir nossos erros. Ninguém é perfeito, e ao mesmo tempo todos mudam com a passagem do tempo. Aperfeiçoar as próprias habilidades, cultivar o espírito e engrandecer o coração são processos que devem acompanhar todos os que almejam uma existência digna, harmonizada com a ética, e a convivência dos amigos é um fator crucial para isto acontecer, à medida que eles são como um espelho muito especial para o indivíduo. Por meio de sua visão a nosso respeito, dos efeitos de nossas ações sobre suas vidas, de seu apoio ou reprovação a nossas idéias e de sua companhia nos momentos importantes, somos capazes de conhecer muito do que somos e do que nos motiva.

É claro que em várias atividades, projetos e atitudes nós temos de seguir sozinhos, pois ser amigo não significa apoio cego, muito menos um estado de união em que as individualidades de cada um deixam de existir. Aliás, esse é um ponto fundamental na amizade. A convivência entre duas pessoas não mata a individualidade. Cada um é único e na soma com o outro fica ainda melhor porque evolui, se aprimora, experimenta a arte da convivência, a arte do amor. E a presença alicerça esse relacionamento. Um gasta tempo com o outro e isso faz bem a ambos. As amizades verdadeiras, mesmo à distância, grande ou pequena, nos dão a certeza de nunca estarmos solitários, ainda que às vezes fiquemos sozinhos, física ou espiritualmente.